O jogo tem a capacidade de resgatar o aspecto lúdico, abrindo espaço para o aperfeiçoamento e a formação de um sujeito ativo, que tem a capacidade de tomar decisões perante determinadas situações e é capaz de, em conjunto com outros colegas, criar regras, aperfeiçoá-las, discuti-las e respeitá-las durante o andamento da diversão.
Outro aspecto diz respeito à importância dos jogos no sentido de oferecer uma opção aos aspectos formal, denso e, por muitas vezes, enfadonho, que o ensino de tal disciplina assume. O prazer passa a fazer parte do ambiente, trazendo a sensação de bem-estar e ajudando a vencer as tensões causadas pelos temores que os alunos têm, relacionados à formalidade e ao rigor matemático, além do tédio diante da estática que quase sempre impera nessa disciplina (SILVEIRA / MIOLA, 2008).
Além disso, como afirma Grando (2004), ao jogar o aluno exercita “sua capacidade de elaborar estratégias, previsões, exceções e análise de possibilidades acerca da situação de jogos”, perfazendo um caminho que conduz à abstração.
Entendemos que os jogos são importantes por oferecerem a oportunidade de investigação, pois o jogar é rico em situações em que os erros são repensados e novas possibilidades são exploradas de forma amena e sem a responsabilidade que algum desses erros assumiria em outros contextos escolares (como durante uma prova, por exemplo). Isso permite que o aluno exercite livremente seu raciocínio, algo indispensável para a aprendizagem.
Nessa perspectiva é que realizamos um trabalho com a confecção e exploração de jogos no contexto educativo das aulas de Matemática com as turmas de 3ª série do ensino médio do turno matutino do CEAF – Colégio Estadual Antonio Figueiredo em Ibiassucê-BA.
Acreditamos que esse trabalho seja relevante para os alunos, pois com essa metodologia os mesmos constroem as noções e conceitos matemáticos como ferramenta para resolver problemas diversos. Destaca-se ainda a importância dessa metodologia como uma abordagem que confere significado ao conhecimento matemático.
Em resumo, atividades como jogos no ensino de Matemática podem ser entendidas como atividades significativas para o ensino e a aprendizagem do conhecimento, na medida em que, ao jogar, o aluno potencializa suas habilidades. Segundo Grando (2004), “é fundamental inserir o aluno em atividades que permitam um caminho que vai da imaginação à abstração, por meio de processos de levantamento de hipóteses e testagem de conjecturas, reflexão, análise, síntese e criação, pelo aluno, de estratégias diversificadas de resolução de problemas em jogos”.